Natureza Boba

“Eu avisei pra não brincar aí, Eu avisei”. Foi assim, como uma mãe brigando com um filhinho, que o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, interpelou a população que mais sofreu com o primeiro dí luvio, após Noé, ( que muitos afirmam ser carioca), aqueles que moram, ou moravam em áreas de risco.

No dia de ontem, o primo de Pedro Álvares, a bordo de sua nau muito bem equipada, disse que políticas como a ordem de choque, perdão( lembrei dos fios de alta tensão soltos sobre ás águas), choque de ordem, alertavam a população sobre áreas de risco. Isso mesmo Governador! Quem mandou né? A fiscalização é muito bem feita, pergunte ao Piccianinho (séc. de habitação do estado). Ele recorre ao mapa de áreas de risco da cidade, bem atualizado, desde 2005. Um momento, 2005? Isso mesmo, a inacreditável data da última atualização do mapa relativo ás áreas de risco na capital Carioca que, após 10 anos, deve estar parecido.

E no meio da indecisão: “recomendo ficar, ou recomendo sair?” Cabral foi esperto: “saiam aqueles cujas residências se encontram em áreas de risco!”. Muito bem, perfeito! Aquelas que se encontram no mapa da prefeitura, as outras que foram construídas de 2005 pra cá não possuem nenhum risco. É muita atitude! Para se ter uma idéia da inoperância do estado: O mapa feito em 2005 pela Geo-Rio foi financiado pelo Ministério das Cidades e apontou que seriam necessários R$ 24,1 milhões para solucionar problemas relacionados a chuvas em 10 áreas(somente). A Geo-Rio informou que o órgão federal prometeu liberar o dinheiro, mas a quantia não foi repassada. A previsão é que o Ministério da Integração Nacional que ficou responsável pela aplicação dos recursos envie este ano cerca de R$ 7,2 milhões para intervenções em apenas dois locais morros do Encontro, no Grajaú, e Borel, na Tijuca.

Mas calma que tem mais! O ministério das cidades chama a Geo Rio de mentirosa! Iaê!!! O órgão diz que para o repasse dos recursos para a o Rio, a cidade deve enviar um relatório com a documentação, detalhando os projetos em que seriam aplicados os recursos. E Eduardinho Peace and Love fez isso? A resposta você já sabe.

Quem sabe ele consiga os documentos antes de 2012, né? O Rio vai precisar.....

Por Bruno Cantarelli

Cafagostos

O grupo dos cafajestes, ao qual orgulhosamente fazemos parte, e você, que nos acompanha, com certeza também compartilha conosco dessa maravilhosa característica, possui algumas especificidades, que começamos a listar aqui no mulé, sempre que nos é oportuna a chance, ou, quando, simplesmente nos interessa mesmo. A matéria de hoje dos cafagostos fala do gosto musical da camaradagem, ou das trilhas específicas dos cafajestes, dá uma ligada:

Para um cafajeste, música não é não é puro entretenimento, tem sempre um propósito . O cafajeste que se preze tem sempre de ser malandro, para dar a correta utilidade a seu “playlist” em determinados momentos da vida. Partindo desse preceito, encontramos os primeiros artistas que representam gloriosamente, a cafajestagem. Vamos a origem da cultura nacional: o samba. E falando de samba cafajeste, fala-se Bezerra da Silva , segundo o qual: “o único amor verdadeiro entre homem e mulher é o amor de mãe, o resto é caô” ou, “mulher bonita tem que jogar colar, senão nego da um bote...”. Pois é, bezerra tem na utilidade de sua música, o próprio hino dos cafajestes. Pois para o autor da expressão “canalhocracia”, os reais canalhas são os políticos em geral. Ele enxerga seu trato com a mulherada, como uma naturalidade. Um ensinamento dos muitos de sua extensa obra(assista o vídeo).

Propósito da música de Bezerra: Aprendizado básico cafajeste.

Perambulando ainda pelo subúrbio do samba, damos destaque também há um exemplo nato da cafajestagem, o senhor Carlos Roberto Oliveira, mais conhecido pelo nome de guerra: Dicró. Este poeta do samba malandro, mostra em álbuns como “o gozador” de 1999, e “funeral do Ricardão” de 1984, a vida de um típico cafajeste, cantada em versos, onde tudo é zona, e seu único incômodo, é a vigilância da sogra, muitas vezes “homenageada” em seus versos. Um grande exemplo da poesia de botequim, do grande Dicró é a canção "Olha a Rima"target="_blank">.

Objetivo musical de Dicró: Mostrar que todo bom cafajeste, têm de dar “baiana” nas repressoras da cafajestagem: As sogras.

Quando o samba fica de lado, a cafajestagem permanece. Chegamos a 1964, onde começava a carreira de um rei: o rei do brega, Reginaldo Rossi. Este sim é um exemplo de cafajeste e mulherengo assumido, mas que tem sempre em suas letras, o dom do perdão em relação a mulher de fé, ou até um pequeno arrependimento, típico de um exemplar cafajeste. Típico de um cafajeste? Sim. Um cafajeste sempre trata bem a mulher, ou, as mulheres, e não pode ser descoberto em suas andanças. Quando é descoberto e largado na sarjeta, é que o cafajeste evolui, e torna-se mais forte.

Ensinamento de Reginaldo: Trate bem todas elas, peça perdão quando errar, mas nunca realmente ache que está errado.

Mas esta matéria só fala da cafajestagem antiga?que seriam os novos cafajetes? Quando perguntado sobre isso, o estudante de Relações Internacionais, Thiago Oliveira, fã declarado de Hip Hop, ressaltou a importância de um nato cafajeste atual: “ No Hip Hop, os caras são sim cafajestes, mas acho o funk muito superior. É na lata. O Catra, por exemplo é f....!” Mister Catra, é a tradução de um cafajeste com convicção, e que eleva a cafajestagem a instituições sociais, como a igreja (para quem não sabe, catra declara-se muçulmano, e “somente” por isso tem várias mulheres). A evolução do cafajeste, chega a religião, isso sim é ser malandro!

Aprenda com Catra: “Os bonitinho tão virando viadinho”

Artista renomados, que exemplificam em sua essência o que é um cafajeste, com obras que mantém viva a originilidade desse nicho social. Viva a música Canalha!

ESTÃO CONFUNDINDO MACHÃO COM HOMOFÓBICOS E LUTADORES DE VALE TUDO


A vitória de Marcelo Dourado no Big Brother Brasil 10 mostra que os machos ainda estão no comando e que podem dizer o que quiser. Perguntado se era homofóbico, o gaúcho milionário respondeu: “Eu não sei o que é isso. Posso até estudar e depois responder. Só sei que não tenho preconceito contra orientação sexual ou credo”.
Isso aí, desde quando macho precisa saber o que são essas palavras difíceis?
É muito mais fácil dizer, eu não gosto de homens afeminados perto de mim e pronto.
Hélio dos Anjos, técnico do Goiás, foi bem direto quando disse que não trabalhava com homossexuais no seu time, mostrando toda sua macheza de comandante de um esporte que ainda não há gays assumidos.

Veja o depoimento de Hélio doa Anjos no vídeo

HÉLIO DOS ANJOS DIZ QUE NÃO TRABALHA COM HOMOSSEXUAIS




Ainda no mundo esportivo, vamos falar do goleiro Bruno do Flamengo, que recentemente ao tentar defender o companheiro Adriano, indagou os jornalistas presentes no vestiário se tinha alguém ali que nunca tinha "saído na mão" com suas esposas e é claro que todos ficaram calados.

Veja o depoimento de Bruno no vídeo

BRUNO E SUA POLÊMICA DECLARAÇÃO

Machos não batem em suas esposas como os lutadores de Vale Tudo, apenas aplicam corretivos para evitar desvios de conduta. Como fez Kadu Moliterno em 2006, quando com um levíssimo soco, demonstrou que sua companheira não deveria comentar suas manobras no trânsito. Ingrid Saldanha não poderia fazer isso e ele não deveria deixar passar em branco.Peço que tomemos cuidado para não confundir atitudes de macho com agressões sem propósito ou preconceito contra os viadinhos ou sapatas.

Post por Fabiano Chaves

NOSSAS HOMENAGENS


Um pequeno ensaio sobre aqueles momentos de prazer solitário da adolescência, onde muitas celebridades foram o alvo.


Que atire a primeira pedra aquele que nunca se deliciou com algumas dezenas de páginas, todas contendo imagens de alguma beldade (global ou não) totalmente nua. Melhor, quem nunca se reuniu com os coleguinhas de classe para analisar as sedosas folhas de uma playboy? Qual guri, ali pelos seus 14 ou 15 anos nunca largou um borrachão dando uma olhada no ensaio da Nana Gouveia (sim, na minha época ela tava bem!) ou da Tiazinha?

Pois bem, o MULÉ decidiu fazer uma reportagem. Saber quais são as capas preferidas dos mais velhos, dos mais novos, quais as mais ousadas e quais são aquelas que nem valeram à pena comprar.
Bernardo Gomes, estudante de arquitetura, é um integrante da chamada “geração 90”. Talvez a última geração de jovens que realmente compraram revistas (em espécie) nas bancas. Mari Alexandre, que fez sucesso em ensaios sensuais e na Casa dos Artistas, do SBT (uma carreira de causar inveja a qualquer intelectual) é a preferida do estudante.
- Gosto da sexy da mari Alexandre de 2002. Ela estava no auge, bundão, peitão e cara de safada. Uma cavala.
Diz o delicado estudante.

MARI ALEXANDRE E NANA GOUVEIA




Thiago Alves Jr., faz parte de um panorama inverso ao de Bernardo. O estudante nascido em 1994, ainda nem terminou o segundo grau, mas já tem sua vida sexual (e individual) ativa. Ele é dos que não precisou ter coragem, tempo nem cara de pau para se expor ao jornaleiro e gastar alguns reais com uma revista.
- Nunca comprei. Sempre vi pela internet mesmo, fico esperando alguém scanear e postar em sites de pornografia, ou algum assinante copiar as fotos e divulgar. Diz Thiago, que confessa sua preferência.
- Gosto da playboy da Mulher Melancia. Fazia tempo que não via uma mulher desse “naipe”.

Para outros, o corpo e a beleza nem valem tanto assim. O importante é a atitude e o fetiche.
-Minha preferida é da Alessandra Negrini, grudei muitas páginas daquela revista contemplando aquela beldade interpretando uma prostituta.
Diz André Gonçalvez de Almeida, engenheiro de produção.

ALESSANDRA NEGRINI EM “A ENGRAÇADINHA”




Para puritanos, religiosos extremistas e até mesmo para algumas meninas, as revistas sensuais não passam de pura perversão. Mas não é bem assim. Algumas revistas como Playboy, Sexy e Vip, por exemplo, não são compostas somente por fotos. Textos e sessões de humor também fazem parte do conteúdo das revistas, mesmo que boa parte dos homens esteja “andando” pra esse tipo de informação.
Criada em 1953 por Hugh Hefner, a Playboy é a revista masculina que mais sucesso atingiu no ramo. Marilyn Monroe foi a primeira capa a ser lançada, mas devido ao preconceito quanto a esse segmento de leitura, muitos cinéfilos ou pseudo-cults desconhecem esse dado importante. No Brasil, Lívia Mund (modelo da época), foi a primeira capa da Playboy, em 75.

A principal concorrente da “coelhinha” no Brasil é a Sexy, que tinha como característica um estilo mais ousado e explícito, mas de 2004 pra cá decidiu tomar um rumo mais parecido com o da rival, e também possui reportagens e textos ligados ao mundo dos machos. É responsável por ter exposto ensaios maravilhosos, de grandes “profissão: gostosa” como Viviane Araújo e Lívia Lemos.

A popularidade e o tempo de mercado dessas revistas são tão grandes, que é normal que pessoas mais velhas também tenham suas “homenageadas” preferidas.
Fabiano José é jornalista e tem 36 anos. Na época em que seu rosto era coberto por espinhas, ainda não existia internet, e muito menos sexo quase explícito nas novelas das 8. Sua musa predileta é desconhecida por muitos jovens atualmente. Quem é ela? Vê se você lembra!
- Isadora Ribeiro. Maravilhosa! Lembro perfeitamente dela saindo de dentro d’água na abertura do Fantástico. Diz.
Agora que você já imagina quem possa ser, ou lembrou de vez, vamos saber o porquê dessa escolha.
- Ainda tenho as páginas da edição que foi lançada nos anos 80. É só sobrou às páginas mesmo. Fotos muito ousadas para a época, eu poderia descrevê-las, mas acho que não é o caso. Eu prefiro lembrar ela sentada num toco de madeira com uma blusinha amarela, mostrando um dos seios, e a calcinha de rendinha branca. Belas fotos.
Diz Fabiano.

ISADORA RIBEIRO NA ABERTURA DO "FANTÁSTICO"






Mas há quem não apresente o mesmo saudosismo e fascínio de Fabiano. Há quem tenha visto e não gostado (não dá pra usar o ditado “comeu e não gostou” nesse caso).
Allex Machado é estudante de letras e músico. Ele tem seus motivos pra reclamar, já que a último ensaio sensual que viu foi a de Fernanda Young, apresentadora do canal fechado GNT.
- A Young deu tesão nenhum. Sem bunda, peito fraquinho e uns cabelos por fazer. O ponto positivo eram as tatuagens e a pele bem branquinha, que eu me amarro, mas ela só tinha a capa mesmo.

FERNANDA YOUNG FALA SOBRE SUAS TATOOS





Mais magras, mais fortes, robustas ou franzinas. Louras, morenas, ruivas e negras. Cada um tem sua preferência quando se fala em mulher, e ainda mais se essa mulher for famosa, rica, se tem feitos notáveis ou se só fez um bom teste do sofá. Quando se fala em revista masculina então, aí como vimos o bicho pega, todos elegem sua favorita e aquela que foi dinheiro jogado fora. Poderíamos até abordar aqui nessa reportagem também as revistas de sexo explícito, os vídeos, a pornografia online e outros tipos e formas de se fazer uma bonita “homenagem”. Mas acho que não vem ao caso, é assunto pra uma próxima pauta do MULÉ. O que importa mesmo é que celebridades nuas sempre serão discutidas, da forma mais democrática possível. Desde o nerd ao surfista da Zona Sul. E em diferentes lugares; seja em casa, na sala de aula, em uma mesa de bar, ou quem sabe até em uma redação jornalística...

Post por Carlos Varella

ELEIÇÕES 2010

Conheça um pouco de cada um dos (pré) candidatos à Presidência da República


A presidenciável do PT, Dilma Rousseff, também conhecida como “José Dirceu de saias”, “Dilma do chefe” ou “Condoleezza Rice galega” de 62 anos, despediu-se, no fim de março, do governo Lula-lá, depois de sete anos e três meses em postos-chaves na esplanada dos Ministérios, com elogios ao presidente Lula e ataques indiretos ao PSDB e a seu principal adversário nas eleições deste ano, o tucano José Serra. Ao passar o cargo da Casa Civil para sua principal auxiliar, Erenice Guerra – acusada de ter elaborado o dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique com cartão corporativo – Dilma, otimista, despediu-se com um “até breve”. A ministra do PAC sempre foi a favorita do presidente. Quer dizer, até que ele mudasse de idéia. Devido ao uso indiscriminado do Viagra, do Mensalão e do Bolsa Família, a popularidade de Luis Falafácil Lula da Silva não para de subir. Dizem que o presidente é tão popular que seria capaz de eleger um poste como seu sucessor. O problema é que existem tantas correntes ideológicas entre os postes do PT que eles não conseguem escolher um candidato de consenso e sem gatos elétricos. Por isso mesmo, Lula resolveu escolher a Miss Simpatia Dilma. Junto com a Mãe Loura do Funk, Dilma quer conquistar as periferias como a Mãe Branca do PAC.

Marcinha da Dilma

Ao deixar o cargo de governador para se candidatar à Presidência da República, e com um discurso recheado de críticas veladas ao governo federal, José Serra (PSDB), de 68 anos, também conhecido por, Zé Ferra, Mister Pedágio, Vampiro Anêmico,
Mr. Burns, Hannibal Lecter, Tutankhamon, Dr. Silvana, Dr. Evil, Lex Luthor ou mesmo pelo seu famoso slogan "Finge que funciona!" , de 68 anos, fez um balanço de sua gestão que, segundo ele, não cultivou escândalos nem roubalheiras. Burns, ops!, Serra, afirmou que não adotou em seu governo o “silêncio da cumplicidade” (que bonito não?!). E repudiou também a “espetacularização que alimenta mitologias” (hum?!?!), frisando que governos, a exemplo de pessoas, precisam ser honrados (tá bom...). Como todo bom tucano, José Serra gosta de pular de galho em galho. A cada dois anos ele se candidata a um cargo diferente, que vai de síndico de São Paulo a presidente da cooperativa dos políticos do Brasil (Ou seja, o Brasil).


Serra e Arruda – Diga-me com quem andas...

Quem também está na disputa é a senadora, ex-Ministra do Meio Ambiente e grande amiga do Capitão Planeta, Marina Silva, de 52 anos, que resolveu aceitar em 2009 o convite do alternativo Partido Verde para se candidatar a presidência do Brasil, fato que causou pânico em todos os setores da política. Não se sabe ao certo como se dará a campanha nem as propostas da candidata filha da Amazônia (que por incrível que pareça também é no Acre). Parece que ela pretende oferecer a Floresta Amazônica como locação para Avatar 2. Promessas de campanha. Alguns, dizem que a senadora será uma cobra que irá sufocar a candidatura de Serra e Dilma. Ela inclusive não tem medo de concorrer contra os dois bicho-papões e acredita numa vitória sustentável e reciclável. E ainda na época do ministério, Marina já não cruzava os bigodes com Dilma, tudo por causa do meio ambiente. Dilma se pudesse “detonava” o meio ambiente. (ver vídeo abaixo)

Para completar, existem ainda aqueles candidatos que devem receber o voto do pai da mãe e olhe lá. São os chamados “nanicos”, que entram na disputa para ter noção do tamanho de seu alcance político e quem sabe, no futuro, conseguir se eleger nem que seja para síndico de prédio. Ou então, disputam a eleição apenas para cirarm bordões inesquecíveis. Quem não se lembra do Enéas?

(ver vídeo abaixo)

Post por Paulo Marcel

MELHOR QUE UMA MULÉ, SÓ 10 MULÉ, SÓ 1000 MULÉ!

Canalhas,

Para inaugurar o aclamadíssimo blog do JORNAL MULÉ, segue aí uma primorosa crônica que marcou época na história do nosso simpático periódico.



BUNDA
PATRIMÔNIO NACIONAL

Que a relação Brasil-bunda é cultura nacional todo mundo sabe, mas nunca se leu um relato tão poético sobre esse casamento.

O mundo é um corpo. E o Brasil é a bunda deste corpo. Aqui, tudo gira em torno da bunda. Viva a bunda! A primeira vista, não relatada por Pero Vaz de Caminha ao chegar ao Brasil foi a bunda, ou melhor, as bundas das índias. Como parece que não era muito chegado, não escreveu nada a respeito. De lá pra cá, somos reconhecidos internacionalmente pelas bundas que temos. Fazemos sucesso com a bunda.
O Brasil é o único lugar do mundo em que uma moça sem nenhum talento e com um QI de ameba pode ficar milionária usando a bunda. Carla Perez ficou milionária usando a bunda. Sem a bunda o que seria da Gretchem? Das Sheilas?...Da Carla Peres? o que seria da mulher brasileira se não fosse a bunda?
A bunda é um patrimônio nacional. A bunda é nossa. Um monumento gigantesco deverá ser criado em homenagem a bunda. Um monumento do tamanho do pão de acúcar, uma grande bunda de concreto. Os franceses se orgulham da Torre Eifell, os ingleses do Big Bang, os ameri-canos, da estátua da falsa liberdade. Nós nos orgulhamos da bunda. Viva a bunda da mulher brasileira! Viva ao maior patrimônio nacional!

Bunda é palavra sonora, vogal, insinuante, simpática, risonha, franca, redonda, provocante, fa-ceira e feminina. Quando eu era menino, ninguém chamava bunda de bum-bum. Essa invenção de mau gosto é coisa recente. A bunda abundava plena. As avós mais puritanas a pronunciavam sem vergonha alguma. No diminutivo, quando se referindo às dos netos: injeção na bundinha; caiu de bundinha no chão. E bunda-canastra era brincadeira que todo menino pequeno brincava.
Feliz o povo que tem bunda. Os portugueses mesmo não têm. Nem bunda palavra nem bunda propriamente dita. Talvez por isso sejam tão melancólicos. Não têm dança de requebro. Usam uma única palavra (aquela de uma sílaba, palavra seca, áspera, aguda, dura; essa sim, feia) para se referir à parte e ao todo. Para que se avalie a aberração, seria como se chamássemos de amídala tanto o rosto quanto a própria amídala. Por falta de bunda na língua lá deles, veja só o que disse Manuel Maria Bar-bosa Du Bocage: "(Era) a dama mais formosa, / E nunca se viu cu de tanta alvura." Fosse brasileiro o gajo, saber-se-ia com precisão a que parte da dama se referia o poeta.
Nádega e região glútea, evidentemente, não va-lem. Seria o mesmo que chamar a bunda de se-nhora ou majestade. Assim, quando alguém ouvir a expressão "senhora bunda", saiba que não se trata de saudação cerimoniosa, mas, apenas, do anúncio de uma bela bunda. Uma senhora bunda. Com todo respeito. Ou não.
Eu me recuso a chamar bunda de bumbum. Bunda é bunda e bumbum não é nada. É ridículo, apenas. E o pior de tudo é que se diz bumbum como se bunda fosse palavrão. Na verdade, coisa feia é chamar uma bela bunda de... vocês sabem, não vou mais repetir, nem hoje nem nunca, esse outro nome. Porque o nome é só um meus amigos: BUNDA!!!

E, como já disse antes, a bunda é nosso patrimônio Nacional!!!