sexta-feira, 2 de abril de 2010

MELHOR QUE UMA MULÉ, SÓ 10 MULÉ, SÓ 1000 MULÉ!



Canalhas,

Para inaugurar o aclamadíssimo blog do JORNAL MULÉ, segue aí uma primorosa crônica que marcou época na história do nosso simpático periódico.



BUNDA
PATRIMÔNIO NACIONAL



Que a relação Brasil-bunda é cultura nacional todo mundo sabe, mas nunca se leu um relato tão poético sobre esse casamento.




O mundo é um corpo. E o Brasil é a bunda deste corpo. Aqui, tudo gira em torno da bunda. Viva a bunda! A primeira vista, não relatada por Pero Vaz de Caminha ao chegar ao Brasil foi a bunda, ou melhor, as bundas das índias. Como parece que não era muito chegado, não escreveu nada a respeito. De lá pra cá, somos reconhecidos internacionalmente pelas bundas que temos. Fazemos sucesso com a bunda.
O Brasil é o único lugar do mundo em que uma moça sem nenhum talento e com um QI de ameba pode ficar milionária usando a bunda. Carla Perez ficou milionária usando a bunda. Sem a bunda o que seria da Gretchem? Das Sheilas?...Da Carla Peres? o que seria da mulher brasileira se não fosse a bunda?
A bunda é um patrimônio nacional. A bunda é nossa. Um monumento gigantesco deverá ser criado em homenagem a bunda. Um monumento do tamanho do pão de acúcar, uma grande bunda de concreto. Os franceses se orgulham da Torre Eifell, os ingleses do Big Bang, os ameri-canos, da estátua da falsa liberdade. Nós nos orgulhamos da bunda. Viva a bunda da mulher brasileira! Viva ao maior patrimônio nacional!


Bunda é palavra sonora, vogal, insinuante, simpática, risonha, franca, redonda, provocante, fa-ceira e feminina. Quando eu era menino, ninguém chamava bunda de bum-bum. Essa invenção de mau gosto é coisa recente. A bunda abundava plena. As avós mais puritanas a pronunciavam sem vergonha alguma. No diminutivo, quando se referindo às dos netos: injeção na bundinha; caiu de bundinha no chão. E bunda-canastra era brincadeira que todo menino pequeno brincava.
Feliz o povo que tem bunda. Os portugueses mesmo não têm. Nem bunda palavra nem bunda propriamente dita. Talvez por isso sejam tão melancólicos. Não têm dança de requebro. Usam uma única palavra (aquela de uma sílaba, palavra seca, áspera, aguda, dura; essa sim, feia) para se referir à parte e ao todo. Para que se avalie a aberração, seria como se chamássemos de amídala tanto o rosto quanto a própria amídala. Por falta de bunda na língua lá deles, veja só o que disse Manuel Maria Bar-bosa Du Bocage: "(Era) a dama mais formosa, / E nunca se viu cu de tanta alvura." Fosse brasileiro o gajo, saber-se-ia com precisão a que parte da dama se referia o poeta.
Nádega e região glútea, evidentemente, não va-lem. Seria o mesmo que chamar a bunda de se-nhora ou majestade. Assim, quando alguém ouvir a expressão "senhora bunda", saiba que não se trata de saudação cerimoniosa, mas, apenas, do anúncio de uma bela bunda. Uma senhora bunda. Com todo respeito. Ou não.
Eu me recuso a chamar bunda de bumbum. Bunda é bunda e bumbum não é nada. É ridículo, apenas. E o pior de tudo é que se diz bumbum como se bunda fosse palavrão. Na verdade, coisa feia é chamar uma bela bunda de... vocês sabem, não vou mais repetir, nem hoje nem nunca, esse outro nome. Porque o nome é só um meus amigos: BUNDA!!!


E, como já disse antes, a bunda é nosso patrimônio Nacional!!!

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